Um dia a gente aprende...

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domingo, 9 de janeiro de 2011

Cecília Meireles




Pergunto-te onde se acha a minha vida.

Em que dia fui eu. Que hora existiu formada

de uma verdade minha bem possuída



Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.



E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida

por esperanças hereditárias? E de cada

pergunta minha vai nascendo a sombra imensa

que envolve a posição dos olhos de quem pensa.



Já não sei mais a diferença

de ti, de mim, da coisa perguntada,

do silêncio da coisa irrespondida.



(Cecília Meireles)









Se você errou



Se você errou, peça desculpas...



É difícil perdoar?

Mas quem disse que é fácil se arrepender?



Se você sente algo diga...



É difícil se abrir?

Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?



Se alguém reclama de você, ouça...



É difícil ouvir certas coisas?

Mas quem disse que é fácil ouvir você?



Se alguém te ama, ame-o...



É difícil entregar-se?

Mas quem disse que é fácil ser feliz?



Nem tudo é fácil na vida...

Mas, com certeza, nada é impossível...



(Cecília Meireles)









Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.

E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,

que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,

outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,

finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.



(Cecília Meireles)



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